quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Roteiro feito para Jadson, assistente do Bené. É uma revisão de uma história curta minha e do Bené, estendida para caber numa revista americana. Depois o Jadson desistiu de desenhar.

ZONA DO CREPÚSCULO

HISTÓRIA 1 – BELZEBU

Página. 1
Q1 – Um quadro enorme de uma catedral.
Texto: Lá a fora o zumbido de mil moscas.
Q2 – Quadro negro.
Texto: Aqui dentro as trevas...
Q3 – Marisa em um lugar escuro, levando a mão à boca para não gritar.
Texto: O cheiro de carne podre e excrementos...
Q4 – Close do rosto de Marisa, com as mãos na boca. Esta imagem deve ser parecida com a próxima, do cachorro morto.
Texto: ... mas nem o cheiro nem o barulho é o pior...
Q5 – Plano detalhe de um cachorro morto, com a barriga aberta.
Texto: ... o pior é saber que a culpa é sua!

Página 2
Q1 – Marisa está parada na frente de um cachorro morto, levando a mão à boca para não vomitar. Charles aproxima-se para ajuda-la. Eles estão na frente da casa dos negros.
Charles: Marisa, você está bem?
Q2 – Marisa se aconchega no peito do marido.
Marisa: Esse cachorro morto... isso é nojento!
Charles: querida, eu lhe disse que essa profissão de assistente social não era uma boa para você...
Q3 – Marisa afasta-se do Marido, com se ele a tivesse ofendido.
Marisa: Está dizendo que não sou boa o bastante para esse serviço?
Charles: Não é isso, querida, mas talvez haja algo mais apropriado para alguém como você...
Q4 – Elizabethparece ofendida e sobe na direção da casa.
Marisa: Sei, como ser dona de casa, por exemplo. Me dê licença, eu preciso trabalhar...

Página 3
Q 1 – Esta página será uma splash page.Vemos o interior da casa dos negros em perspectiva. Elizabethe Charles estão à porta e a família está à frente deles: o pai, a mãe e o filho.
Texto: Vivendo como cães. Foi o que você pensou ao entrar na casa. Cães pretos, como o cão do diabo.

CRÉDITOS:
TEXTO: GIAN DANTON
ARTE: JADSON

Página 4
Q1 – Elizabeth está sentada na frente da família.
Marisa: Senhora Bourbon, em minha ficha consta que seu filho já teve problemas com a polícia...
Texto: Eles a incomodavam.
Q2 – A mãe fala com Elizabeth, mas seu sorriso é um sorriso estranho.
Mãe: Nós somos apenas uma pobre família tentando viver honestamente...
Q3 – Novamente Elizabeth conversando.
Elizabeth: Os vizinhos têm denunciado não só roubos, mas também gritos estranhos à noite. Um deles disse que... disse que pareciam gritos de animais sendo sacrificados.
Texto: Eram repelentes e asquerosos.
Q4 – Agora é a mãe que fala.
Texto: E seus sorrisos eram estranhos, como o sorriso de enforcados diante da morte.
Mãe: eu já disse que somos apenas uma família pobre tentando viver honestamente...
Q5 – Close de Elizabeth. Sua expressão não parece ter nada a ver com o que ela está falando. Embora seu discurso seja tranqüilizador, ela parece enojada.
Elizabeth: Eu só quero que saibam que estou aqui para ajuda-los. Ajudar é tudo o que quero...

Página 5
Q1 – Quadro geral do carro circulando pelas ruas da cidade.
Q2 – Agora vemos dentro do carro. Elizabeth parece enjoada e doente.
Charles: você está bem?
Elizabeth: Só fiquei um pouco abalada com a imagem daquele cachorro... Charles, tudo isso é tão triste... e nojento...
Q3 – Close de Charles.
Charles: Elizabeth, você foi educada nas melhores escolas, sabe tocar piano e recitar Shakespeare... eu realmente não acho que esse seja o trabalho ideal para você...
Q4 – Close de Elizabeth.
Elizabeth: Só estou um pouco cansada. Me leve para casa. Eu vou dormir um pouco e amanhã estarei bem...
Q5 – Charles colocando Elizabeth na cama.
Charles: Tem certeza de que está bem? Não quer que eu chame um médico?
Elizabeth: Estou bem. Só preciso de um pouco de sono...

Página 6
Q1 – Plano fechado de Elizabeth deitada na cama, com o olho baixo, já quase dormindo.
Texto: Seu marido lhe deu um remédio e a fez dormir...
Q2 – Plano mais fechado dela, olhando para a mão.
Texto: Dormir é ter mais que sonhos...
Q3 – Uma mosca pousa na mão de Elizabeth.
Q4 – A mosca pousada no dedo da moça.
Texto: Uma mosca...
Q5 – Plano detalhe da mosca.
Texto: Como deve se sentir...
Q6 – Quadro negro, como se Elizabeth tivesse fechado os olhos (ou talvez ela estivesse ainda fechando os olhos, o que seria melhor).
Texto: ... uma mosca?

Página 7
Q1 – Quadro negro.
Texto: A escuridão...
Q2 – Quadro negro, mas agora com um rasgo de luz, que depois se revelará ser o buraco na barriga do cachorro.
Texto: O cheiro pútrido de carne estragada...
Q3 – O rasgão de luz mais próximo.
Texto: E o som, que som era aquele, Elizabeth? Um zumbido, como milhões de pás raspando uma na outra?
Q4 – Mais próximo agora do buraco.
Texto: Que lugar aquele? Que paredes eram aquelas, viscosas como a pele de um sapo?
Q5 – Agora vemos a abertura da barriga e moscas sobrevoando.
Texto: Parecia um túnel... e, no fim do caminho...
Q6 – Novamente a imagem de cachorro morto.
Texto: ... a terrível revelação!



KUNOICHI
Série de Gian Danton

SINOPSE: Esta história se passará no Brasil do século XXII. Nesse período a economia japonesa superou os EUA e, como resultado directo, os países que tinham grande contigentes de descendentes japoneses acabaram assimilando a cultura nipónica. Uma grava crise energética, no entanto, eliminou qualquer possibilidade de uma autoridade global e fez regredir a tecnologia especialmente em áreas que dependem de petróleo, como a indústria de carros. O aquecimento global inundou boa parte dos EUA, diminuindo ainda mais seu poder, já abalado pela concorrência asiática e pela crise energética, e mudou o clima de países como Brasil, tornando-o mais frio em alguns locais e mais quente em outros. Devido a uma série de problemas sociais, entre eles a violência urbana, a autoridade brasileira se dissolveu e o poder passou a ser exercido pelos grandes latifundiários produtores de biomassa, como a cana (cujo álcool substituí o petróleo) e o babaçu (cujo óleo substituí o diesel), os Daimyos. Os clãs estão em guerra e, além dos samurais, os ninjas se tornaram importantíssimos. Então eu gostaria que o desenho misturasse Lobo Solitário com Akira ou Gosth in Shell. Nossa personagem principal é Keiko, uma ninja com código de ética e filosofia de samurai. Ela será contratada para fazer serviços secretos de espionagem e resgate (como vemos na primeira história). As histórias serão temáticas, abordando temas explorados pela filosofia oriental e cada capítulo terminará com uma citação. Algo importante para o revisor: ao longo das histórias usarei algumas palavras japonesas aportuguesadas, para demonstrar que a cultura japonesa passou por um processo de adaptação. OBSERVAÇÃO: Embora este seja um mangá e a história mostre uma sociedade parecida com o Japão da época dos samurais, trata-se de uma visão futurista, em que o Brasil transformou-se por influência nipônica. Assim, além de personagens com traços orientais, também vemos ocasionalmente pessoas de outras raças,
inclusive negros.


KUNHOICHI
A HARMONIA DE DUAS FORÇAS
Página 1
Q1 – Uma flor solitária no meio de um terreno sem outra vegetação. Esse quadro tem o objetivo de ambientar ligeiramente o leitor, dando uma noção de quietude, como nos quadros japoneses. Além disso, a flor representa a nossa personagem principal. Como fundo você pode colocar neve, ou simplesmente um chão claro.
Q2 – Um pé pisando a flor. Percebe-se que ele está calçado como os japoneses antigos, ou uma versão moderna dos antigos calçados japoneses. Nossa heroína está gritando nesta cena, mas nós não a vemos. Evidentemente, você deve ter percebido que o que ela fala tem duplo sentido: ela está sendo puxada pelos cabelos e pede que não façam isso. Por outro lado, é como se ela implorasse pela flor.
Sayonara (off): Não! Não faça isso!
Q3 – Agora vemos o interior de uma casa de madeira. Há dois samurais lá dentro, sentados na posição de lótus. Eles parecem estar meditando, mas têm, ao seu lado, as duas espadas samurais, a longa, katana, e a curta, wakisashi, que é usada para o harakiri.
Q4 – Agora o ângulo está mais aberto e nós vemos dois homens puxando desajeitadamente uma mulher pelos cabelos e pelos braços. Eles não são samurais e nem se comportam como tal. Talvez sejam apenas trabalhadores de auxílio geral aos Daimyos, que ocasionalmente exercem funções militares menores em tempos de guerra. Eles parecem muito grosseiros para serem samurais. A mulher que eles estão puxando é Keiko.
Keiko: Não, por favor...não!
Q5 – Este quadro é praticamente o mesmo do Q3. Os samurais ouviram a bagunça e abriram os olhos. Um deles está quase se levantando. É o que fala.
Samurai: Que bagunça é essa?
Q6 – Uma variação do quadro 4. Os dois homens continuam puxando a mulher. Talvez com intenções de violentá-la.
Homem: Venha, vamos ensiná-la!
Q7 - A porta da casa se abre e os dois samurais saem para ver o que está acontecendo.
A cena é vista de baixo para cima, para destacar a superioridade dos samurais e fazê-los parecer enormes.
Samurai: O que está acontecendo?

Página 2
Q1 – Cena em plano geral. Vemos os personagens de lado. Os samurais estão na beira da casa, na varanda, à nossa esquerda. À nossa direita os dois homens que estavam puxando a mulher parecem recuar, como se tivessem sido pegos em uma atitude constrangedora. O local em que eles estão parece ser o subúrbio de um agrupamento de casa rurais. Ao fundo vê-se um celeiro. Esse é o quadro principal da página e penso nele como um longo quadro horizontal, ocupando a página de um lado a outro.Sem texto.
Q2 – Plano fechado em um dos homens. Ele está prostrado no chão, implorando perdão.
Homem: Por favor, senhor... Não nos leve a mal... achamos essa mulher nas redondezas da casa... achamos que pudesse ser uma espiã...
Q3 – Close do samurai. Ele tem uma expressão de reprovação.
Samurai: E por isso a estavam levando para o celeiro? Nunca vão aprender um pouco de honra?
Q4 – Agora vemos a mulher prostrada no chão, agradecendo ao samurai. Ela está aos pés do samurai e é vista de cima para baixo, como se a estivéssemos vendo pelos olhos do samurai.
Keiko: Obrigada, senhor! Obrigada por me livrar desses brutos!
Q5 – Close do samurai, sempre na angulação de baixo para cima. Ele parece intrigado e um pouco irritado.
Q6 – Close de Keiko. Ela parece estar incomodada com o longo silêncio que se estabeleceu. Mas ela ainda está muito humilde, o que é confirmado pelo ângulo de cima para baixo que a vemos.
Q7 – Close no samurai mais velho.
Samurai: De onde você veio, mulher?

Página 3
Q1 – O Samurai está em pé e Keiko agachada, em posição humilde, falando, mas com os olhos baixos.
Sayonara: Eu estava perdida, senhor...
Q2 – Close fechado no samurai, visivelmente irritado.
Q3 – Close do samurai.
Samurai: Que espécie de história é essa? Que mulher anda sozinha por essa região?
Q4 – Close de Keiko.
Keiko: Eu estava viajando com meu marido quando me perdi...
Q5 – Um dos homens puxa o cabelo de Keiko, que faz uma expressão de dor.
Homem: é mentira. Essa mulher é uma espiã!
Q4 – Close no samurai.
Samurai: Se é uma espiã, deve ser presa!
Q5 – Quadro grande Enquanto até então tínhamos quadros pequenos, com ângulos fechados dos personagens, este será um ângulo aberto, num quadro grande e horizontal, ocupando toda a camada inferior da página. Ele mostra uma panorâmica do sítio. É uma residência rural, com uma casa grande no centro, mais celeiro, uma casa de meditação (onde os samurais estavam) e outras pequenas construções. Aqui entra o título e os créditos da história. Eu pediria que você usasse no texto uma fonte que lembrasse o estilo de escrita japonês. Talvez possamos ver, mas sem destaque, os dois homens levando Keiko para a prisão, que se encontra longe da casa em que estavam os samurais, mas próxima da casa principal.

Título: “A harmonia das duas forças”
palavras: Gian Danton
Imagens:
Texto: no século XXI o mundo foi agitado por uma grande crise econômica.
Os ataques terroristas cada vez mais constantes minaram o poder dos EUA.
Página 4
Q1 – Depois da panorâmica, teremos algumas mini-panorâmicas ou planos gerais, em dinâmicos quadros verticais. Este mostra mais especificamente o celeiro.
Texto: Locais antes influenciados pela cultura norte-americano passaram a ser verdadeiras colônias culturais do Japão, que emergiu como grande potencial mundial no final do século.
O Brasil foi um desses países.
Q2 – Pano geral dos prédios. Entre eles, pode-se ver, mas não em destaque, os homens levando Keiko.
Texto: No século XXII uma crise energética acabou com a idéia de uma potência mundial e o mundo se tornou uma nova Idade Média, com pequenas nações concorrendo entre si. O aquecimento global inundou o antes poderoso EUA e mudou o clima da maior parte do planeta.
Q3 – Outro plano geral da sede da fazenda.
Texto: No Brasil deixou de existir um governo central e o poder se concentrou nas mãos dos grandes latifundiários produtores de biomassa.
Eles adotaram a filosofia nipônica e criaram verdadeiros Rans, com governo próprio e milícias para proteção contra vizinhos belicosos.
Invadir Rans tornou-se uma forma de aumentar o seu próprio poder.
Q4 – Agora vemos a cena como se estivéssemos de dentro da prisão, que consiste apenas em um cômodo de madeira, mas muito fortificado. Os dois homens abriram a porta e estavam empurrando Keiko para dentro de maneira nada educada.
Texto: Recentemente o Ran Yamada realizou uma investida contra o Ran Yoshida, capturando o filho mais jovem do velho Yoshida, Eduardo, como forma de pressioná-lo a entregar sua grande propriedade rural.
Homem: Ela vai ficar presa aqui? Junto com o filho de Yoshida?
Homem 2: Por enquanto sim. Depois veremos um local mais apropriado...

Página 5
Q1 – Agora um plano geral da cela. Há um rapaz jovem lá dentro. Deve ter aproximadamente 13 anos. Ele olha intrigado para a moça, que ainda está caída no chão, com a cabeça abaixada.
Q2 – O rapaz estende a mão para tocar a moça na cabeça, que continua com o rosto para baixo.
Q3 – A moça levanta o rosto, numa atitude imperiosa e determinada, bem diferente da mulher chorosa que nós vimos anteriormente. Essa cena é quase um close.
Q4 – Close do rapaz, assustado. Seu nome é Eduardo e nós o chamaremos pelo nome a partir daqui.
Eduardo: Hã?
Q5 – Close de Keiko.
Keiko: Nada tema.
Q6 – Close de Eduardo, intrigado.
Eduardo: Como?
Q7 – Agora os dois, em close, vistos de perfil.
Keiko: Nada tema. Seu pai me enviou para salvá-lo.
Eduardo: Meu pai?
Q8 – Close de Keiko.
Keiko: Meu nome é Keiko. Nenhum samurai consegue entrar no ran dos Yamada, mas uma mulher sim. Seu pai me confiou a missão de levá-lo para casa...
Página 6
Q1 – Close de Eduardo.
Eduardo: Como fará isso? Estamos presos!
Q2 – Close de Keiko. Ela tem um sorriso maroto nos lábios.
Keiko: Vou criar uma distração para podermos sair...
Q2 – Keiko dá um salto espetacular, estilo matrix.
Q3 – Keiko segura em uma viga do telhado.
Q4 – Keiko retirando uma telha do telhado. Devemos dar a entender que ela sairá por esse espaço. Razão pela qual, por favor, ela deve ser magra e pequena.
Q5 – Keiko agora está atravessando o terreno, quase invisível no meio da noite.
Q6 – Keiko entra no santuário, sempre furtivamente. Embora esteja vestida como uma mulher, ela deve se movimentar como um ninja.
Q7 – Keiko entra no santuário.

Página 8
Q1 – Keiko pega uma placa na qual está escrito, em letras que lembram a escrita japonesa: Yoshida.
Q2 – Close em Keiko. Ela olha para o lado, como se estivesse fitando alguém que apareceu de repete.
Q3 – Agora vemos a pessoa para quem Keiko olhava. Era o samurai do início da história, o mais velho.
Samurai: Eu sabia que você não era uma mulher normal... Mas queria saber até onde chegaria... antes de matá-la.
Q4 – Esse quadro é horizontal e mostra os dois de perfil, corpo inteiro, em posição de combate. O samurai segura sua Katana, mas Keiko está desarmada. É um quadro de tensão.
Q5 – Close do samurai.
Q6 – Close de Keiko. Creio que você deve ter percebido que esses closes têm o objetivo de criar um certo suspense quando ao desenvolvimento do combate e, ao mesmo tempo, passar um pouco dos sentimentos dos personagens. O samurai está quase bravo, irritado por ver uma mulher desafiando-o. Keiko está muito calma.
Q7 – Os dois pulam. Use e abuse das linhas cinéticas, para demonstrar que esta cena tem muito movimento.

Página 9
Q1 – Os dois pularam e agora estão se encontrando no ar. Muita linha cinética não nos deixa ver exatamente o que está acontecendo. Penso nisso como num daqueles combates épicos das histórias do Lobo Solitário. Ou seja: nenhum cenário e muito risco. O quadro é horizontal.
Q2 – Outro quadro horizontal, quase igual ao anterior, com a diferença de que agora os dois já caíram no chão. Nenhum deles está ferido, mas agora Keiko tem nas mão a espada menor do samurai. Durante o salto ela passou por ele e “roubou”a espada de sua cintura. Você vai dizer que isso é mentira, mas certamente assistiu Matrix e deve ter gostado da cena em que eles param no ar. Isso sem falar nas histórias do Hulk em que ele sacode o asfalto como se fosse um tapete. Ou seja: nós estabelecemos a lógica da história.
Q3 – Close do Samurai, espantado.
Samurai: Como fez isso?
Texto: Kazuo é um grande guerreiro. Mas ele esqueceu a essência.
Q4 – Plano médio de Keiko, segurando orgulhosamente a espada.
Texto: Em uma luta o essencial nunca é vencer o oponente. O essencial é ter total controle sobre seu corpo.
Q5 – Close do samurai. Ele está nervoso, descontrolado.
Samurai: Vou puni-la por essa ofensa!
Texto: O essencial é jamais perder o autocontrole.
Q6 – Close de Keiko. Ela está calma, tranqüila.
Texto: O essencial é a harmonia entre os contrários...

Página 10
Q1 – Os dois agora pulam. De novo muita linha cinética. Esse, claro, é o quadro mais importante da página e ocupa toda a camada de cima, na horizontal.
Q2 – O samurai cai no chão, visivelmente ferido.
Q3 – Keiko cai no chão.

Página 11
Q1 – Close do samurai, com cara de dor. Ele olha para baixo. Ele deixou cair a Katana e segura a barriga com as mãos (vc não precisa mostrar isso, mas essa informação é importante para os próximos quadros).
Q2 – O samurai leva a mão, que antes estava na barriga, para perto do rosto. A mão está ensangüentada.
Samurai: Eu havia me esquecido... depois de anos de ócio... eu me esqueci como é ser um guerreiro.
Q3 – Plano fechado da espada caída no chão.
Samurai (em off): Qualquer um que esqueça da harmonia dos contrários merece perder...
Q4 – O santuário da família Yoshida está pegando fogo. Há várias pessoas em volta, gritando.
Pessoas: Está pegando fogo! Água!
Q5 – A portão da prisão onde está o jovem Eduardo se abre. Vemos a cena de dentro para a fora e pelo vão da porta aparece uma espada. Eduardo fica tenso, pensando que talvez vieram matá-lo.
Q6 – A porta se abre totalmente e é Keiko. Ela está altiva, com as duas espadas na mão. Há fumaça atrás dela.
Keiko: Vamos! Ninguém irá reparar em nós...

Página 12
Q1 – Keiko e Eduardo passam pela multidão, que luta para controlar as chamas, que já se alastram para outros locais.
Q2 – Os dois afastando-se da vila.
Q3 – Uma bela panorâmica dos dois em primeiro plano e em último plano a vila pegando fogo.
Texto:
“A essência da vida engendra
a harmonia de duas forças.
O inconspícuo será exaltado
E o importante decairá
Por isso ensino também
O que outros ensinavam:
Quem age pensando apenas em si mesmo
Está morto
Antes de morrer.
Essa é minha filosofia“ - Tao te king

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